Larissa bateu a mão no
celular, para calar o despertador. Ainda sonolenta, olhou para a janela
entreaberta, de onde entrava uma fresta de luz. Estava amanhecendo, já era hora
de acordar. Fitando o teto branco, ela ficou pensando na injustiça da vida. A
sua rotina não lhe permitia dez minutos a mais de sono. Poucos minutos depois
já estaria pronta, correndo para o terminal, torcendo para chegar a tempo para
pegar o ônibus das 6 horas.
Ela ficou ali, pensando
no tumulto para entrar na lotação, nos riscos que corria todos os dias. Além
disso, em poucas horas estaria no trabalho, outra tribulação. O chefe
incompreensivo que exigia metas inalcançáveis, o colega que competia
freneticamente com ela, para receber reconhecimento. Tudo isso era repetido dia
por dia, semana por semana, um cansaço sem fim.
Ela não merecia aquilo:
acordar às cinco e vinte da manhã e deitar-se novamente à meia- noite. Um dia
conseguiria uma casa boa, perto de um ótimo trabalho, chegar cedo em casa e
finalmente descansar. Era isso que pensava naquele momento.
Olhou novamente para a
janela e percebeu que o clarão aumentara. Olhou para o relógio e no visor
estava um motivo para desespero: 5h 45min. Estava completamente atrasada.
Larissa pulou da cama e mal arrumou o cabelo, lavou o rosto, pensou novamente
no que a esperava e disse: “Lá vou eu, para um novo dia!”.
~Kate
~Kate
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