domingo, 22 de fevereiro de 2015

Pôr do Sol

Estava eu em minha casa, mais especificamente na copa, conectada ao notebook. Precisei buscar meu óculos em um armário na cozinha, quando presenciei uma cena linda: o pôr do sol. Eu comecei a refletir um momento, sobre a grandiosidade desse fenômeno. Tão simples, tão natural, tão presente no nosso cotidiano. É interessante o quanto as músicas, os filmes, as novelas e os livros exaltam essa cena que ocorre uma vez por dia. Talvez seja porque o tom alaranjado, meio avermelhado, e pouco amarelo, traz uma certa melancolia ao início da noite. Chega a ser romântico. Ele não dura mais de uma hora, mas esse curto período já é suficiente para nos fazer pensar.
Pensar? Sim, pelo menos a mim serviu, nos últimos quinze minutos. Parei para pensar em quanto a sociedade tem nos monopolizado, deixando-nos alienados à um estilo de vida imposto e não escolhido. Os prédios grandiosos tampam o cenário mais belo do dia, no horário de pico. Celulares, computadores, pressões, estresses, antipatias, entre outras coisas, nos desviam a atenção. Vivemos conectados, mas não ao mundo real. Esse mundo paralelo em que vivemos nada tem a ver com a natureza. Muitos escrevem sobre a importância da conscientização, da natureza em si. Mas poucos, na realidade pouquíssimos vivem isso de fato. É tão fácil compartilhar uma foto do pôr do sol, da praia, de jardins e de bosques. Mas é tão difícil vê-los a olho nu. As cidades acabaram com grande parte da natureza e a outra parte está dentro de um grande arquivo de belas imagens. É tão irreal, tão cruel.
Não posso dizer que sou diferente, grande apreciadora da natureza, que passa horas a estudá-la. Não, eu também faço parte dos bilhões que passam a maior parte do tempo na internet, vivendo o virtual. Mas esse pôr do sol, que incidentalmente apreciei me fez refletir sobre a sociedade contemporânea, sobre a forma como gastamos o tempo. 
Foram quinze minutos, os últimos quinze minutos. Olhando novamente para o céu, percebo que todo o alaranjado, o avermelhado e o amarelo se foram, restando apenas uma nuvem acinzentada e o azul quase negro. E o que eu fiz? Escrevi uma postagem no meu notebook sobre algo que eu não consegui fazer. Ficar quinze minutos longe da tecnologia, apenas apreciando o Pôr do Sol.

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