Estava eu em minha casa, mais especificamente na copa, conectada ao notebook. Precisei buscar meu óculos em um armário na cozinha, quando presenciei uma cena linda: o pôr do sol. Eu comecei a refletir um momento, sobre a grandiosidade desse fenômeno. Tão simples, tão natural, tão presente no nosso cotidiano. É interessante o quanto as músicas, os filmes, as novelas e os livros exaltam essa cena que ocorre uma vez por dia. Talvez seja porque o tom alaranjado, meio avermelhado, e pouco amarelo, traz uma certa melancolia ao início da noite. Chega a ser romântico. Ele não dura mais de uma hora, mas esse curto período já é suficiente para nos fazer pensar.
Pensar? Sim, pelo menos a mim serviu, nos últimos quinze minutos. Parei para pensar em quanto a sociedade tem nos monopolizado, deixando-nos alienados à um estilo de vida imposto e não escolhido. Os prédios grandiosos tampam o cenário mais belo do dia, no horário de pico. Celulares, computadores, pressões, estresses, antipatias, entre outras coisas, nos desviam a atenção. Vivemos conectados, mas não ao mundo real. Esse mundo paralelo em que vivemos nada tem a ver com a natureza. Muitos escrevem sobre a importância da conscientização, da natureza em si. Mas poucos, na realidade pouquíssimos vivem isso de fato. É tão fácil compartilhar uma foto do pôr do sol, da praia, de jardins e de bosques. Mas é tão difícil vê-los a olho nu. As cidades acabaram com grande parte da natureza e a outra parte está dentro de um grande arquivo de belas imagens. É tão irreal, tão cruel.
Não posso dizer que sou diferente, grande apreciadora da natureza, que passa horas a estudá-la. Não, eu também faço parte dos bilhões que passam a maior parte do tempo na internet, vivendo o virtual. Mas esse pôr do sol, que incidentalmente apreciei me fez refletir sobre a sociedade contemporânea, sobre a forma como gastamos o tempo.
Foram quinze minutos, os últimos quinze minutos. Olhando novamente para o céu, percebo que todo o alaranjado, o avermelhado e o amarelo se foram, restando apenas uma nuvem acinzentada e o azul quase negro. E o que eu fiz? Escrevi uma postagem no meu notebook sobre algo que eu não consegui fazer. Ficar quinze minutos longe da tecnologia, apenas apreciando o Pôr do Sol.
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